quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pulmão

A nevralgia aumenta de intensidade em noites escuras e desprovidas de calor. Corroendo lentamente cada milímetro mais recôndito desse ser embriagado pelo seu próprio veneno. O oxigénio vai-se extinguindo lentamente, aumentando a sensação de sufoco e o corpo teima em ceder. Fechando os olhos, sobra o ruído de fundo e uma sensação de levitação, um etéreo estado de alma quase imperceptível. E resta uma derradeira amarra que prenda a porto seguro. O bater titubeante desse músculo que se recusa a dar de si.