Em dias cinzentos a música parece sempre errada. Como se vez após vez após vez colocássemos o disco errado. O efeito verdadeiramente incrível está no facto de que depois não conseguimos deixar de ouvir a música até ao fim. Que nos leva a ficar sob este feitiço? Esta estranha forma de masoquismo que é subjugar a nossa vontade ao rumo que ela parece tomar por si só. A questão aqui é que secretamente o nosso intímo está a dizer-nos algo. Os dias cinzentos não vão deixar de o ser só porque queremos. Temos de lhe dar o que ele deseja. E perceber que as suas faltas são as nossas faltas.
Hoje o meu dia foi cinzento. Ao som da mesma música repetida sem fim na minha cabeça. E não era a música certa.
E saber que um olhar assim seria remédio para tantos males da alma...
Diane Kruger, retirada do E Deus criou a Mulher.